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Menopausa: como cuidar da saúde do cérebro nessa fase da vida.

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A menopausa é uma etapa natural da vida de toda mulher, mas que traz consigo uma série de mudanças físicas, emocionais e cognitivas. Portanto, entender o que acontece no corpo e no cérebro durante esse período é fundamental para prevenir problemas de saúde e manter a qualidade de vida.

O que é a menopausa e como ela afeta o organismo?

A menopausa é definida como a cessação permanente dos ciclos menstruais e da capacidade reprodutiva da mulher, que ocorre em média aos 51 anos de idade. Além disso, no Brasil, cerca de 29 milhões de mulheres estão entre climatério e menopausa, o que representa 27,9% da população feminina, segundo dados do IBGE.

A menopausa é marcada pela diminuição progressiva e eventual parada da produção de estrogênio pelos ovários, um hormônio sexual feminino que tem diversas funções no organismo. Ou seja, o estrogênio atua em receptores presentes em todos os órgãos, influenciando nas características anatômicas, fisiológicas e emocionais da mulher.

Entre os benefícios do estrogênio, podemos citar:

  • Estimula o crescimento e a manutenção da massa óssea e muscular, prevenindo a osteoporose e a sarcopenia;
  • Atua como um antioxidante, protegendo as células dos danos causados pelos radicais livres;
  • Oferece proteção ao sistema cardiovascular, regulando o colesterol, a pressão arterial e a coagulação sanguínea;
  • Favorece a saúde cerebral, melhorando a circulação, a neurogênese e a plasticidade neuronal;
  • Contribui para a vitalidade emocional e sexual, modulando o humor, a libido e o prazer.

Com a queda dos níveis de estrogênio na menopausa, ocorrem alterações em todos esses sistemas, que podem se manifestar por meio de sinais e sintomas variados, tais como:

  • Ondas de calor e suores noturnos;
  • Ressecamento vaginal e diminuição da lubrificação;
  • Alterações na pele, nos cabelos e nas unhas;
  • Aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC);
  • Perda de massa óssea e muscular, com maior propensão a fraturas e quedas;
  • Alterações no humor, na ansiedade e na depressão;
  • Dificuldades na memória, na atenção e na aprendizagem.

Como a menopausa afeta o cérebro?

Neurocientista Livia Ciacci

Primeiramente, o cérebro é um dos órgãos mais sensíveis às mudanças hormonais que ocorrem na menopausa. De acordo com a neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci, o estrogênio tem um papel importante na modulação da atividade neuronal, na reparação dos danos nos neurônios e na síntese de neurotransmissores, como a dopamina, a serotonina e a acetilcolina.

Muitas áreas do cérebro possuem receptores para o estrogênio, especialmente aquelas relacionadas à cognição, à emoção e à regulação hormonal. Entre elas, podemos destacar:

  • Hipotálamo: responsável pelo controle da temperatura corporal, do apetite, do sono e do ciclo menstrual;
  • Amígdala: envolvida nas respostas emocionais, como o medo, a raiva e o prazer;
  • Hipocampo: essencial para a formação e a consolidação da memória;
  • Lobo frontal: responsável pelas funções executivas, como o planejamento, a tomada de decisão e o controle inibitório.

Quando há uma redução ou ausência do estrogênio na menopausa, essas áreas cerebrais sofrem alterações estruturais e funcionais, que podem afetar o desempenho cognitivo das mulheres como explica a especialista:

“Essas alterações ocorrem no perfil da cognição, no humor, na memória e na qualidade do sono, e tendem a facilitar a ocorrência de distúrbios neurodegenerativos, devido às perdas funcionais pela ausência do estrogênio. Alguns neurotransmissores importantes também têm sua atuação alterada, como a serotonina, a noradrenalina, a acetilcolina e a dopamina, inclusive, essas mudanças nos níveis de neurotransmissores no hipotálamo são responsáveis pelos sintomas vasomotores, os temidos calorões (ou fogachos), com sudorese, palpitações, angústia e ansiedade”.

As alterações cognitivas mais frequentes na menopausa são:

  • Memória episódica: capacidade de lembrar de fatos pessoais e situações vivenciadas;
  • Memória visual: capacidade de lembrar de imagens, rostos e objetos;
  • Memória verbal: capacidade de lembrar de palavras, nomes e informações verbais;
  • Fluência verbal: capacidade de produzir palavras de uma determinada categoria ou letra;
  • Atenção: capacidade de focar, manter e alternar a atenção em diferentes estímulos;
  • Velocidade de processamento: capacidade de realizar tarefas mentais com rapidez e precisão.

“Esses lapsos ocorrem tanto pela ausência fisiológica dos hormônios no cérebro quanto pelos próprios efeitos dessa ausência no corpo. Ou seja, assim como as mudanças nos níveis de neurotransmissores afetam o hipocampo, área de processamento das memórias, também afetam o sono e o humor, e o sono e o humor piores afetam a capacidade de se concentrar e ter atenção, que também impactam as memórias. Por isso, quanto antes a mulher reconhecer esse momento e se cuidar buscando estratégias que funcionem para ela, melhor será a qualidade de vida”, revela neurocientista.

A princípio essas alterações cognitivas podem se manifestar por meio de esquecimentos, lapsos de memória, dificuldades de concentração, lentidão mental e perda de vocabulário. Por vezes, esses sintomas podem gerar ansiedade, frustração e baixa autoestima nas mulheres, prejudicando sua qualidade de vida pessoal e profissional.

Como cuidar da saúde do cérebro nessa etapa da vida?

A menopausa não é uma doença, mas uma fase de transição que exige cuidados especiais com a saúde do corpo e do cérebro. Todavia, algumas medidas podem ajudar a prevenir ou amenizar os efeitos da menopausa na cognição são:

  • Consultar um médico ginecologista regularmente para avaliar a necessidade e a possibilidade de realizar a terapia hormonal, que consiste na reposição do estrogênio por meio de medicamentos;
  • Adotar uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes, grãos integrais, peixes, oleaginosas e fontes de fitoestrógenos, como a soja e o inhame;
  • Praticar atividades físicas moderadas pelo menos três vezes por semana, preferencialmente aeróbicas, como caminhada, corrida, natação e ciclismo;
  • Manter uma rotina de sono adequada, dormindo entre sete e oito horas por noite, em um ambiente escuro, silencioso e confortável;
  • Evitar o consumo excessivo de álcool, tabaco, cafeína e outras substâncias que podem interferir na saúde cerebral;
  • Estimular o cérebro com atividades desafiadoras, variadas e prazerosas, como jogos, quebra-cabeças, palavras cruzadas, sudoku e outras formas de ginástica cerebral;
  • Aprender coisas novas, como um idioma, um instrumento musical, uma dança ou um hobby;
  • Manter o convívio social com familiares e amigos, participando de grupos, clubes ou associações que promovam a interação e o apoio mútuo;
  • Buscar ajuda psicológica se sentir sintomas de ansiedade ou depressão que afetem seu bem-estar emocional.

“Atividades intelectuais variadas e com grau de desafio crescente ainda aumentam a capacidade da pessoa entender o próprio processo de aprendizagem, uma grande vantagem para facilitar colocar em prática as mudanças de hábitos necessários para um estilo de vida mais saudável, durante e após a menopausa”, conclui Livia Ciacci.

Enfim, a menopausa é uma oportunidade para as mulheres se reinventarem e se redescobrirem. Logo, cuidar da saúde do cérebro nessa fase da vida é essencial para preservar a memória, a inteligência e a criatividade. Assim, com hábitos saudáveis e estimulação cognitiva adequada, é possível envelhecer com mais qualidade de vida e felicidade.

Andreia Melo

Andreia Melo

2 respostas

  1. Adorei aprender mais sobre o meu corpo, parabéns Andreia pela excelente matéria necessária e eficaz. Vou começar a colocar em prática os exercícios do cérebro.

    1. Fico feliz que você tenha gostado da matéria sobre o funcionamento do nosso corpo e os benefícios dos exercícios do cérebro. É muito importante cuidarmos da nossa saúde física e mental, especialmente nesses tempos difíceis. Parabéns pela sua iniciativa de praticar os exercícios do cérebro, eles podem melhorar a sua memória, concentração, criatividade e raciocínio. Espero que você tenha bons resultados e continue se informando com o V&M. Obrigada pelo seu comentário e até a próxima! 👋

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